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Como é apurado o Índice de Preços no Consumidor (IPC)?



Resposta

O IPC é apurado com base num cabaz de aproximadamente 1. 300 bens e serviços representativos da estrutura de despesa monetária de consumo final das famílias residentes em Portugal, abrangendo as 12 divisões da Classificação Europeia do Consumo Individual por Objetivo (ECOICOP), disponível em:

 https://ec.europa.eu/eurostat/ramon/nomenclatures/index.cfm?TargetUrl=LST_NOM_DTL&StrNom=COICOP_5&StrLanguageCode=PT&IntPcKey=&StrLayoutCode=HIERARCHIC&IntCurrentPage=1.

A metodologia utilizada no cálculo do IPC segue as recomendações europeias integradas no manual publicado pelo Eurostat sobre a compilação do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), disponível em:

https://ec.europa.eu/eurostat/documents/3859598/9479325/KS-GQ-17-015-EN-N.pdf/d5e63427-c588-479f-9b19-f4b4d698f2a2.

 

Todos os meses, para cada bem ou serviço da amostra, são recolhidos diretamente pelo INE perto de 120.000 preços - 65.000 dos quais na classe com o maior ponderador (Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas) – em aproximadamente 12.500 estabelecimentos de todo o país. Adicionalmente, alguns preços são obtidos pelos serviços internos do INE, nomeadamente preços e tarifários online (passagens aéreas, telecomunicações, etc.) e com recurso a web scraping, sendo também utilizadas fontes de dados administrativos para algumas categorias, como sucede com as rendas de habitação e os medicamentos sujeitos a receita médica, resultando num acréscimo de mais de 500.000 preços individuais por mês.

 

Considerando a estratificação regional do IPC português (7 regiões NUTS II), a dimensão de cada amostra é definida em função da estrutura regional do índice, e o número exato dos bens e serviços incluídos na amostra difere de região para região.

A amostra de bens e serviços do IPC é selecionada e ponderada com base na despesa monetária de consumo final das famílias, proveniente das Contas Nacionais Portugueses, do Inquérito às Despesas das Famílias e dos Censos, sendo complementada com outras fontes de informação de natureza administrativa, bem como outros inquéritos realizados pelo INE. Esta informação permite a atualização anual dos bens e serviços que integram o cabaz do IPC.

De salientar que na compilação do IPC está implícita uma estrutura de ponderação das classes da COICOP, que é importante ter em atenção quando se analisa o comportamento do IPC total, dado que o comportamento dos preços pode ser muito diferenciado entre classes, resultando em diferentes contributos para a variação total.

Portanto, o impacto da evolução dos preços de cada produto ou agregado depende da intensidade da sua variação e também do respetivo ponderador. Conjugando os ponderadores com as variações de cada produto ou agregado, é possível calcular o respetivo contributo para a variação do IPC. A soma dos contributos de todos os produtos (ou de qualquer outro nível de agregação do IPC) é igual à taxa de variação total.

O IPC integra nove séries principais: um índice nacional, um índice do continente e sete índices regionais a nível da NUTS II. A série nacional é constituída por 339 sub-séries de acordo com a nomenclatura COICOP adotada: 12 classes (Alimentação e bebidas não alcoólicas; Bebidas alcoólicas e tabaco; Vestuário e calçado; Habitação, água, gás e outros combustíveis; Acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação; Saúde; Transportes; Comunicações; Lazer, recreação e cultura; Educação; Restaurantes e hotéis; Bens e serviços diversos), 43 grupos, 104 subgrupos e 180 sub-subgrupo.

Para mais informação, aceder ao Portal do INE> Produtos> Sistema de Metainformação> Documentação metodológica> Tema: Preços - Documento Metodológico: Índice de Preços o Consumidor.