Statistics Portugal INE - RA2009
 
     
 

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Breve história

As primeiras referências à existência de recenseamentos da agricultura ("lavouras cultivadas") no mundo remontam a milhares de anos Antes de Cristo, na antiga China.

Nos tempos modernos, encontramos a primeira referência a um “levantamento” exaustivo, sistemático e organizado de dados estatísticos sobre a agricultura portuguesa, com o “Arrolamento Geral de Gados e Animais de Capoeira”, que remonta ao ano de 1934. Estes arrolamentos repetiram-se em 1940 e em 1972.

Ao longo deste período, tiveram lugar as seguintes operações:

  • Em 1940, o “Arrolamento Geral de Gados e Animais de Capoeira”;
  • Em 1952-54, o “Inquérito às Explorações Agrícolas do Continente”;
  • Em 1965, o Recenseamento Explorações Agrícolas das Ilhas Adjacentes;
  • Em 1968, o “Inquérito às Explorações Agrícolas do Continente”;
  • Em 1972, o “Arrolamento Geral do Gado: Continente e Ilhas Adjacentes”;
  • Em 1979, o “Recenseamento Agrícola do Continente”;
  • Em 1989, o “Recenseamento Geral Agrícola”. Pela 1ª vez realizou-se um levantamento exaustivo e simultâneo a todas as regiões do país;
  • Em 1999, o “Recenseamento Geral da Agricultura”.

Com base nos recenseamentos agrícolas é possível analisar a evolução deste sector de atividade ao longo dos tempos.

A agricultura portuguesa passou por grandes e profundas transformações ao longo do século XX.

A partir da década de 50, a população rural portuguesa iniciou uma migração em massa dos campos para as cidades, à procura de uma vida melhor. O trabalho agrícola, penoso e mal remunerado, não podia competir com uma indústria em pleno crescimento que oferecia uma nova perspetiva de vida.

Entre 1965/68 e 1999, a agricultura portuguesa perdeu quase metade da sua mão-de-obra permanente.

Pessoal agrícola permanente remunerado

A adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, em 1986, levou a que o destino da nossa agricultura passasse a depender fortemente da Política Agrícola Comum (PAC). A partir de então, acelerou-se a transformação da estrutura e da orientação da agricultura portuguesa que perdeu definitivamente a sua posição de principal atividade económica do país, que até então detinha.

O número de explorações agrícolas e a superfície agrícola utilizada reduziu-se drasticamente.

Número de explorações agrícolas

Entre 1952/54 e 1999 desapareceram mais de 500 mil explorações agrícolas (mais de 50%) no Continente, quebra essa que se acentuou especialmente a partir de 1979.

Por outro lado, a dimensão média das explorações agrícolas aumentou quase para o dobro: passou de cerca de 5 ha para mais de 9 ha.

SAU média por exploração

Se, por um lado, o nº de explorações agrícolas diminuiu, por outro verificou-se um aumento significativo da superfície média das mesmas entre 1989 e 1999.

Assistiu-se a uma mecanização crescente da agricultura, que passou a utilizar métodos de produção tecnicamente mais evoluídos, os quais permitiram obter ganhos de produtividade. Também se intensificou o consumo de certos fatores de produção como os adubos e os pesticidas, que apesar de permitirem aumentar a produtividade, agravou os problemas ligados à poluição e à preservação do meio ambiente.

O número de tratores existentes nas explorações portuguesas quase que decuplicou entre 1965/68 (pouco mais de 17 mil) e 1999 (quase 170 mil).

Número de tractores

A ocupação cultural da terra também se alterou ao longo dos tempos: a terra arável, que em 1965/68 representava 77% da Superfície Agrícola Utilizada (SAU),, passou a representar apenas 46% em 1999. Por outro lado, a superfície ocupada por pastagens permanentes aumentou mais de 5 vezes em igual período de tempo, de 7% para 36% da SAU.

Ocupação das terras 1965/68Ocupação das terras 1999

Culturas permanentes

Contudo, constata-se que as áreas de vinha e olival, culturas permanentes de grande significado e importância para o nosso país, se mantiveram estáveis ao longo do período de tempo considerado: em média, entre 1965/68 e 1999, o olival ocupou cerca de 44% da área de culturas permanentes e a vinha 33%.

As várias espécies pecuárias viram crescer os respetivos efetivos, com exceção dos equídeos, sobretudo os asininos que por serem muito utilizados como animais de trabalho, perderam grande parte da importância que tinham nas primeiras décadas do século XX.

 
 
 

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